Alter do Chão: um paraíso ainda pouco explorado no Pará
Alter do Chão é um destino que se popularizou após ser reconhecido, em 2009, pelo jornal britânico The Guardian como uma das praias mais lindas do Brasil. A constatação é compreensível: pois a região é formada por inúmeras ilhas com faixas de areias brancas em meio a exuberante vegetação da Amazônia. Recentemente Alter do Chão também foi eleito como o “Melhor Destino Turístico Nacional 2021” pelo Prêmio UPIS de Turismo. Já são motivos suficientes para incluí-lo em seu roteiro em uma próxima viagem, não é mesmo?
E você sabe que estou aqui para te ajudar com isso! Ao longo deste artigo confira então as melhores dicas para conhecer Alter do Chão, seus atrativos e arredores. Vamos lá?
Nesse artigo você vai encontrar:
- Onde fica
- Quando ir
- Como chegar
- Onde se hospedar
- Onde comer
- Roteiro de 5 dias
- Quanto custa
- Dicas de Alter do Chão
Aposto que você já está super ansioso(a) por esse artigo, né? Então pode vir!
Onde fica Alter do Chão
Alter do Chão é uma pequena vila que faz parte da cidade de Santarém, no estado do Pará. Se a ideia for conhecer todo o estado, no entanto, se programe em relação às distâncias: pois Santarém está há 1350 km da capital Belém. Por outro lado, o aeroporto de Santarém (STM) fica apenas 34 km da ilha, se tornando a principal e mais acessível porta de entrada para quem deseja viajar de avião de qualquer lugar do Brasil. Do aeroporto até Alter do Chão são cerca de 1 hora e meia a 2 horas.
Os voos diretos para Santarém saem de Brasília, Belém e Manaus. Outra opção, essa mais cansativa e também menos tradicional para os turistas, é chegar de barco a partir de Manaus em uma viagem que dura entre 30 a 36 horas, a depender de como está o ritmo do rio. Definitivamente uma experiência longa e bem diferente, mas inusitada e enriquecedora. Recomendo aos mais corajosos (e que tiverem tempo sobrando, é claro!).
Quando ir
Alter do Chão é um destino para ser visitado o ano inteiro. No entanto, fique sabendo que há certos “privilégios” de conhecê-lo em diferentes épocas.
Seca: no período da seca, que vai de agosto a dezembro, é possível avistar uma extensa faixa de areia. É inclusive nela que se forma o cartão postal de Alter do Chão, a Ilha do Amor.
Cheia: já nesse período que vai de fevereiro a julho, as águas do Rio Tapajós chegam a cobrir e esconder várias praias, incluindo a ilha do amor. No entanto, o cenário fica surpreendente e é nele que se torna possível fazer um dos mais incríveis passeios de lá, o da Floresta Encantada.
Como podem ver, cada época do ano proporciona um diferente cenário em Alter, e tudo vai depender do que você espera ver por lá. Eu fui na época da seca pois conhecer a ilha do amor estava em meus maiores planos da viagem, mas você também pode preferir a cheia amazônica para conhecer a floresta ou, ainda, se programar para conhecer o destino em ambos os períodos. Por que não?
Como chegar do aeroporto de Santarém até Alter do Chão
Você tem a opção de pedir transporte por aplicativo – porém, ao invés de Uber ou 99, lá o que funciona melhor lá é um app local, o Urbano Norte. A corrida do aeroporto até Alter ficará na faixa de R$ 90 a R$ 100. Caso queira mais comodidade opte por um táxi, que cobra uma média de R$ 110 a corrida.
Mas aqui vai uma dica: simule pelo aplicativo Urbano Norte ou 99 pop e caso o valor seja menor e você quiser agilidade, mostre para o taxista e pergunte se ele mantém o mesmo valor. Foi assim que consegui dar uma boa economizada com o transporte.
Agora, se quiser economizar ainda mais, a melhor opção é pegar um ônibus em frente ao aeroporto até o Shopping Tapajós. Lá você desce e pega outro ônibus, a linha “Alter do Chão” até a vila. Cada ônibus tem uma tarifa diferente, mas fica na faixa de R$ 3,60 a R$ 4,30.
Onde se hospedar
Para quem quer se locomover com facilidade as melhores hospedagens são nas proximidades da Ilha do Amor, bem no centrinho, onde também há uma boa variedade de restaurantes. Como a vila é pequena, não há grande oferta de hospedagens, mas praticamente todas são bem próximas. Recomendo também fazer a sua reserva com antecedência.
Os valores listados abaixo são de uma diária para duas pessoas:
- Pousada Vila Alter – a partir de R$ 210 a diária;
- Pousada Casa do Ivo – a partir de R$ 300 a diária;
- Hotel Mirante da Ilha – a partir de R$ 360 a diária, pois tem uma localização privilegiada;
- Pousada do Mingonte – a partir de R$ 240 a diária.
Quem preferir economizar pode se hospedar em dormitórios compartilhados de hostel. Duas opções muito bacanas para os mochileiros de plantão são:
- Hostel Pousada do Tapajós – a partir de R$ 75 a diária por pessoa com café da manhã;
- Don Preguiça Hostel – a partir de R$ 91 a diária por pessoa.
Para mais opções de hospedagens clique aqui.
Onde comer
Quer uma notícia boa? Alter do Chão tem refeições para todos os bolsos, então para te ajudar abaixo separei alguns restaurantes por onde passei – com valores!
- A Peixaria Rayana fica bem próxima a orla. Os pratos lá custam a partir de R$ 25 e são super bem servidos;
- O melhor sanduíche de Alter do Chão você encontra no Xbom sanduíches. Eles custam a partir de R$ 15 e gostei tanto que fui duas vezes. Para combinar com o lanche, aposte nos sucos naturais do Sucata Sabor da Fruta, que fica bem ao lado. A propósito, não deixe de experimentar o suco de cacau com cupuaçu;
- No centrinho é possível encontrar pastéis fritos por R$ 6, além de várias opções de lanches com valores bem acessíveis;
- Curte um hambúrguer artesanal? Então saiba que no Prime Ribs você vai saborear os melhores sanduíches a partir de R$ 20;
- Se quiser uma experiência diferenciada de pastel vá na Thifany Pastelaria Gourmet, feito na hora com os recheios que você preferir e massas saborizadas! Tem massa (isso mesmo, massa!) de ervas finas, tradicional, integral, alho, bacon e pimenta. Os doces também são deliciosos com massas de morango, chocolate ou doce de leite. Vale a pena a experiência;
- Já as pizzas são no Sabor Alter Pizza. Por lá você encontra pizzas pequenas a partir de R$ 40 e média R$ 45, com opções vegetarianas;
- Quer almoçar uma boa carne? O Picanha e Cia garante um almoço bem gostoso. Lá meia porção de picanha (300 gr) custa R$ 60;
- Se quiser economizar ainda mais vá na Pontes Padaria, que serve prato feito por R$15.
Como funcionam os passeios em Alter do Chão
Todos os passeios oferecidos em Alter do Chão são feitos de barco. Para contratá-los é só ir diretamente à Associação de Turismo Fluvial de Alter do Chão (ATUFA), bem próxima ao centro da cidade. O valor dos passeios não são fixos, porque tudo depende da quantidade de pessoas no barco. Para ter uma boa base, no entanto, calcule entre R$ 150 a R$ 200 por passeio e pessoa.
Roteiro de 5 dias em Alter do Chão
Primeiro dia – passeio para praia de Pindobal (R$ 150)
O passeio começa com uma primeira parada no igarapé do macaco, depois passa pelo lago verde e também pelo Igarapé da Floresta Encantada.
A maior parte do tempo, no entanto, você permanece na praia de Pindobal, que para mim é uma das mais lindas da região. Lá os petiscos custam a partir de R$ 25 e almoço na faixa de R$ 70, servindo muito bem duas pessoas.
Finalizamos o dia passando no Lago do Caxambu e assistindo a um incrível pôr do sol na Ponta do Mureta.
Segundo dia – curtir a Ilha do Amor e arredores
Que tal começar a manhã curtindo o cartão postal de Alter do Chão? Foi isso que fizemos e recomendo demais!
Para atravessar para a Ilha você pode pegar um barquinho que custa R$ 10 e leva até 4 pessoas ou então atravessar caminhando/nadando caso a maré esteja baixa.
Pela tarde seguimos para a trilha da Serra da Piroca, que começa ao lado esquerdo da Ilha do Amor. Chegando na placa da serra é só seguir a trilha bem demarcada por aproximadamente 40 minutos e ter uma visão privilegiada da ilha. Considere a trilha de nível intermediário e lembre-se de levar sua água, viu?
Terceiro dia – Passeio do Rio Arapiuns (R$ 200)
O percurso do passeio começa passando pela Ponta do Icuxi e Ponta do Tonoró.
Depois disso tem uma parada para conhecer a comunidade coroca, onde é oferecido um passeio extra que custa R$ 20 por pessoa para conhecer casas de abelhas e o processo de produção do mel; assim como para visitar uma criação de tartarugas. É a sua chance de ver tartarugas enormes bem pertinho! Além disso, na comunidade há também um pequeno espaço de artesanatos feitos pelos moradores locais.
Na comunidade coroca almoçamos uma comida bem típica, com peixes da região, por R$ 40 por pessoa. Depois do almoço não deixe de experimentar a torta de cupuaçu, que é deliciosa.
Depois de almoçar seguimos para a ponta grande do Rio Arapiuns e pensem em um cenário cinematográfico?
Para finalizar o dia fizemos também uma breve parada na Ponta do Cururu para contemplação do pôr do sol.
Quarto dia – passeio do Canal do Jari (R$ 180)
A primeira parada foi para ver o encontro do Rio Amazonas, Arapiuns e Tapajós.
Seguimos para ver as vitórias régias e para fazer a degustação de pratos delas. Você sabia que podia comer vitória régia? Pois é! Nesse passeio é oferecida uma degustação com vários pratos diferentes feitos com a planta e custa R$ 25 por pessoa. Achei que valeu super a pena!
Hora de seguir para o Canal do Jari, parada em que é oferecida uma trilha guiada de 30 min (ida e volta) com o objetivo de ver alguns animais, como é o caso do bicho preguiça.
Mas vou ser sincera com vocês: não vimos quase nenhum animal e não achei um passeio interessante. O pior é que avisam que tem que pagar somente ao final do passeio uma taxa adicional de R$ 25 por pessoa. Então você já sabe, né?
Na parte da tarde fomos até a Ponta do Jutuba, uma praia isolada. E finalizamos com um pôr do sol na Ponta do Cururu.
Quinto dia – Ilha do Amor de novo
Gostamos tanto da Ilha do Amor que esse dia tiramos para andar na vila e ficar curtindo preguiça por lá. Embora no roteiro tenha colocado 5 dias, optei por ficar 6, ainda que 5 já sejam suficientes.
Além dos passeios citados acima tem também um passeio chamado Flona por R$ 180 e o Piracaia, por R$ 300. Não fiz nenhum deles, mas é bom ter em mente caso decida fazê-los!
Durante os passeios são oferecidos água e frutas.
Quanto custa viajar para Alter do Chão
Não podemos considerar uma viagem para Alter do Chão uma das mais baratas, uma vez que o aéreo, a depender do destino de origem, pode ser um absurdo, principalmente na alta temporada.
Então o ideal é se planejar com pelo menos 6 meses de antecedência e já reservar a hospedagem também – pois devido a baixa oferta de opções de locais para dormir, os valores vão aumentando com o passar dos meses. Meus gastos foram:
- Hospedagem: R$ 630;
- Alimentação: R$ 460;
- Passeios : R$ 530;
- Transporte: R$ 80.
Valor total por pessoa: R$ 1.700
Quanto ao aéreo eu voei de milhas a partir de Manaus, então não tive gastos . O trecho saiu por 13.000 milhas pela Tudo Azul.
Dicas úteis de Alter do Chão
- Saque dinheiro pois muitos lugares não aceitam cartão, inclusive as taxas extras dos passeios e alguns almoços;
- No centrinho de Alter tem um supermercado onde funciona um caixa 24 horas;
- Em setembro acontecem a festa do Sairé e o Festival dos Botos, época em que a cidade fica mais cheia. Então se você não curte agito, evite esses meses, tudo bem?
- Voos para Alter do Chão geralmente são mais em conta a partir de Manaus. Por isso, cote os trechos separadamente;
- Para aproveitar melhor a passagem aérea, tente combinar Alter do Chão com outro destino. No meu caso combinei com Manaus, Floresta Amazônica e Presidente Figueiredo;
- A operadora que funciona melhor lá é a VIVO;
- Nas praias cuidado para não pisar em arraias, pois o ferrão é venenoso;
- Se você não gosta de agito, fuja de Alter do Chão aos finais de semana. Nesses dias a cidade recebe muitas pessoas de Santarém e demais cidades próximas, então se estiver pela cidade minha recomendação é que encaixe neles os passeios.
A essa altura do campeonato imagino que a sua mão já esteja coçando de vontade de arrumar as malas para conhecer Alter do Chão, não é mesmo?
Então não passe vontade e vá mesmoooooo! Mas depois me conte o que achou, hein? Boa viagem e até o próximo artigo!
2 Comentários
Tiago Caetano
Já quero!
Fernanda Rodrigues
Vá e se apaixone! Depois volta aqui para me contar como foi essa viagem.